Estimativa das emissões de gases de efeito estufa do setor agropecuário de Santa Catarina, Brasil
Estimate of greenhouse gas emissions from the agricultural sector in Santa Catarina state, Brazil
Denílson Dortzbach1; Valci Francisco Vieira1; Kleber Trabaquini1; Everton Blainski1; Eduardo Fronza2; Arcângelo Loss3, *
1 Empresa de Pesquisa e Extensão Agropecuária de Santa Catarina, Brasil. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
2 Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil
3 Programa de Pós-graduação em Agroecossistemas - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rod Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. CEP 880034-000, Florianópolis, Brasil.
ORCID de los autores
D. Dortzbach: https://orcid.org/0000-0002-9470-1072
V. Francisco Vieira: https://orcid.org/0000-0003-0554-101X
K. Trabaquini: https://orcid.org/0000-0003-4902-4735
E. Blainski: https://orcid.org/0000-0002-2522-7688
E. Fronza: https://orcid.org/0000-0001-6739-3409
A. Loss: https://orcid.org/0000-0002-3005-6158
RESUMO
Este estudo avaliou as estimativas de emissões de gases de efeito estufa (GEE) resultante do setor agropecuário e mudanças de usos da terra para Santa Catarina (SC), Brasil. A metodologia abrangeu as atividades de produção agrícola, criação e produção animal. As estimativas foram baseadas no Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de GEE, com base nas diretrizes do IPCC e inventários nacionais. O cálculo das estimativas de emissões/remoções associadas às mudanças de usos da terra utilizou dados de 2017 e 2018. O setor agropecuário catarinense corresponde a 36% das estimativas totais de emissões de GEE. A pecuária constitui importante fonte de metano, representando 55% das emissões. O manejo dos solos agrícolas corresponde a 23,54% das emissões da agropecuária. O cultivo de arroz irrigado representa 3,25% do total de metano de SC. A mudança de uso da terra contribui para emissão de GEE em SC, especialmente na conversão de floresta primária em uso agropecuário e silvicultura. A manutenção de floresta contribui para a remoção de CO2. Os dados sobre emissões das atividades agropecuárias contribuem para identificar os subsetores que apresentam as maiores emissões, assim como contribuem com políticas públicas para a elaboração de propostas para mitigação da emissão desses GEE.
Palabras clave: dióxido de carbono; metano; óxido nitroso; agropecuária; uso da terra.
ABSTRACT
This study evaluated estimates of greenhouse gas (GHG) emissions resulting from the agricultural sector and land use changes for Santa Catarina (SC), Brazil. The methodology covered agricultural production, breeding and animal production activities. Estimates were based on the GHG Emission and Removal Estimation System, based on IPCC guidelines and national inventories. The calculation of estimates of emissions/removals associated with changes in land use used data from 2017 and 2018. The agricultural sector in SC corresponds to 36% of the total estimates of GHG emissions. Livestock is an important source of methane, representing 55% of emissions. The management of agricultural soils corresponds to 23.54% of agricultural emissions. The cultivation of irrigated rice represents 3.25% of the total methane in SC. Land use change contributes to GHG emissions in SC, especially in the conversion of primary forest into agricultural and forestry use. Forest maintenance contributes to CO2 removal. Data on emissions from agricultural activities help to identify the subsectors with the highest emissions, as well as contribute to public policies for the preparation of proposals for mitigating the emission of these GHG.
Keywords: carbon dioxide, methane; nitrous oxide; agriculture and livestock; land use.
1. Introdução
As preocupações com o aquecimento global e o aumento das concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa (GEE) aumentaram a necessidade de avaliação da participação da agropecuária nessas emissões. Segundo Tian et al. (2020), economias emergentes, especialmente o Brasil, China e Índia, estão se tornando os principais emissores de GEE à medida que aumentam sua produção de alimentos.
O estado de Santa Catarina encontra-se totalmente inserido no Bioma Mata Atlântica, o terceiro maior bioma brasileiro que possui apenas 12,4% de sua cobertura de floresta original. O desmatamento da Mata Atlântica no período de 2018-2019 apresentou um crescimento de 27% (145 km²) na taxa de desmatamento com relação ao período anterior (SOS Mata Atlântica, 2019).
Essas mudanças de uso da terra refletem nas emissões de GEE que ocorrem quando a cobertura é alterada para um uso da terra de menor estoque de carbono por hectare (IPCC, 2003). Excluindo as rochas carbonatadas, os solos constituem as maiores reservas de carbono superficial, com aproximadamente 1500 Gt, o que equivale a quase três vezes a quantidade armazenada na biomassa terrestre e duas vezes a quantidade armazenada na atmosfera (IPCC, 2003). Portanto, qualquer modificação do uso do solo ou no seu manejo pode induzir mudanças nos estoques de carbono do solo, mesmo em sistemas em que o carbono é percebido como em um estado estacionário (Six et al., 2002; Lal, 2006), podendo incidir tanto na emissão como na remoção dos GEE.
Estudos estimam que as conversões de ecossis-temas nativos para agrossistemas, somadas à agricultura, contribuem com aproximadamente 24% das emissões mundiais de dióxido de carbono (CO2), 55% das emissões de metano (CH4) e 85% do total das emissões de óxido nitroso (N2O) para a atmosfera (IPCC, 2007).
A pecuária é considerada uma atividade de alto impacto, tanto pela emissão de gases poluentes, odores e particulados como pelo grande volume de resíduos gerados. Sua grande importância na economia catarinense, tornou essa atividade uma das principais emissoras de GEE no estado, especialmente pelos grandes plantéis de bovinos, suínos e aves. Entre os principais GEE da pecuária, destaca-se o CH4, que possui potencial de aquecimento global 28 vezes maior do que o CO2 (Myhre, 2013). O metano produzido em sistemas de produção animal, por exemplo, origina-se principalmente da fermentação entérica (85% a 90%), sendo o restante produzido a partir dos dejetos animais (Machado et al., 2011). O processo de fermentação entérica da pecuária ruminante e os dejetos animais, o cultivo de arroz irrigado por inundação, a queima de resíduos agrícolas, bem como o uso agrícola dos solos constituem importantes fontes de liberação de GEE à atmosfera terrestre (Lima et al., 2001).
Mesmo ocupando o 20º lugar no ranking de tamanho dos estados, com cerca de 1,1% do território brasileiro, o estado de Santa Catarina é destaque na produção agropecuária, pois o valor da produção agropecuária catarinense de 2020 foi de R$40,9 bilhões, sendo o maior da história do estado (EPAGRI/CEPA, 2021). Porém, SC também ocupou, em 2019, o 15º lugar no ranking de emissões totais CO2e do país, e 6º lugar no ranking de emissões por área, com um valor de 496,85 tCO2e/km² (SEEG, 2020).
Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi avaliar as estimativas de emissões dos gases de efeito estufa resultante do setor agropecuário e usos da terra e florestas para os municípios do estado de Santa Catarina.
2. Material e métodos
O conjunto de dados foi desenvolvido pelo Observatório do Clima, através do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG, 2021), com base nas diretrizes do IPCC (2006) e Inventários Nacionais Brasileiros incorporados a fonte múltiplas de fatores e processos de emissão específicos, dados brutos de fontes oficiais e não oficiais múltiplas e organizados em conjunto. Dados das séries históricas, em sua maioria, foram adquiri-dos de fontes oficiais, como IBGE (Brasil, 2021).
A metodologia da estimativa das emissões de GEE da agropecuária abrange na pecuária as emissões antrópicas de fontes e remoções por sumidouros dos subsetores de fermentação entérica, manejo de dejetos animas (direto e indireto) e manejo de solos (aplicação de resíduos orgânicos, deposição de dejetos em pastagens, deposição atmosférica e lixiviação). As categorias animais avaliadas são aquelas utilizadas para fins produtivos e recomendados pelo IPCC: bovinos (corte e leite), suínos, ovinos, caprinos, aves, asininos, muares, equinos e bubalinos.
Na agricultura foram avaliados os subsetores de cultivo de arroz irrigado, queima de resíduos agrícolas, solos manejados (fertilizantes sintéti-cos, resíduos agrícolas, deposição atmosférica e lixiviação). As culturas avaliadas de forma distinta foram arroz, cana-de-açúcar, feijão, mandioca, milho, soja e trigo e as demais incluídas na categoria outras.
O cálculo das estimativas de emissões/remoções associadas às mudanças de uso da terra utilizou os dados das transições anuais de uso da terra e florestas observadas na série temporal do projeto MapBiomas para os anos 2017 e 2018, baseado em imagens Landsat, processamento em nuvem e classificadores automatizados na plataforma Google Earth Engine para gerar uma série histórica de mapas anuais de cobertura e uso da terra do Brasil desde 1985.
Além do MapBiomas, o estudo baseou-se nos métodos e fatores publicados no terceiro inventário brasileiro de emissões e remoções antrópicas de GEE (Brasil, 2016), associado à proposta metodológica do IPCC (2003; 2006). As estimativas das emissões de queima de resíduos florestais foram calculadas de acordo com a área de desmatamento e com a aplicação dos fatores de cálculo segundo o terceiro inventário nacional (Brasil, 2016). Para a classe de uso pastagem, o SEEG (2021) considera como constante o incremento anual de áreas de pastagem em todos os biomas.
Os valores dos GEE são apresentados em CO2e para os anos de 2017 e 2018 na análise estadual, e para o ano de 2018 na análise a nível de municípios. Todas as bases de dados e cálculos foram efetuadas por meio do software Microsoft Excel e ArcGis 10.6.
3. Resultados e discussão
O setor agropecuário catarinense corresponde a cerca de 36% das estimativas totais de emissões de GEE do estado (SEEG, 2021), com um total de 13.700.109 t CO2e, no qual 55% das emissões estão relacionadas a fermentação entérica, segui-do pelo manejo dos solos e dos dejetos animais que contribuem com 23,54% e 17,75%, respecti-vamente, das emissões do setor (Tabela 1).
Tabela 1
Emissões de CO2e (t) do setor agropecuário para o estado de SC com base no ano de 2018
SUBSETOR | CO2e (t) | % |
Cultivo de arroz | 445.678 | 3,25 |
Fermentação entérica | 7.595.767 | 55,44 |
Manejo de dejetos animais | 2.431.225 | 17,75 |
Queima de resíduos agrícolas | 2.472 | 0,02 |
Solos manejados | 3.224.968 | 23,54 |
Total geral | 13.700.109 | 100,00 |
Fonte: SEEG (2021).
Pecuária
A importância do setor pecuário na economia catarinense é reflexo do seu grande plantel instalado de suinos, aves e bovinos, que incide nos valores observados de emissão de GEE no estado de Santa Catarina. Assim, a pecuária do estado corresponde a mais de 30% das esti-mativas totais de emissão de GEE (SEEG, 2021).
A fermentação entérica é a principal fonte de emissão de metano, que é originada nos processos digestivos, que ocorrem no estômago (rúmen) do animal e expulso por eructação, com maiores valores de emissão de GEE no estado observados no plantel de gado de corte seguido pelo gado leiteiro. Os demais ruminantes como búfalos, cabras e ovelhas são pouco represen-tativos nas emissões de GEE (Tabela 2).
Outra importante fonte de emissão é o manejo dos dejetos animais e nesse subsetor a maior fonte emissora está relacionada com a suinocultura (Tabela 2). Nessa atividade, o manejo adotado na maioria das granjas suinícolas consiste no armazenamento dos dejetos em esterqueiras para estabilização parcial (favorecendo a condição de anaerobiose), seguido da aplicação no solo para fertilização de lavouras e pastagens (Lima et al., 2001). Quando armazenados, os dejetos suínos emitem principalmente o CH4 e a amônia (NH3) (Belli Filho et al., 2007) e a sua aplicação ao solo resulta em incremento na emissão de N2O, porém o acúmulo de carbono no solo pode compensar esse aumento de emissão de oxido nitroso (Pilleco et al., 2020).
O manejo dos solos agrícolas corresponde a 23,54% das emissões da agropecuária catarinen-se (Tabela 1), com destaque para a deposição de dejetos em pastagens (Tabela 2). O aumento das adições de fertilizantes nitrogenados sintéticos aos solos agrícolas tem sido indicado como principal responsável pelas crescentes emissões de N2O na atmosfera, cuja emissão pode ocorrer de forma direta ou indireta (Brasil, 2020). O cultivo de arroz irrigado por inundação representa, em âmbito global, uma das principais fontes antrópicas de metano (Brasil, 2020) e 3,25% no setor agropecuário catarinense do total (Tabela 1). Os sistemas de cultivos praticados no estado de Santa Catarina, a exemplo do sistema de plantio direto que faz uso de plantas de coberturas e manutenção da palhada sobre o solo, fazem com que o processo de queima de biomassa na agricultura seja pouco representativo na emissão dos GEE, correspondendo a apenas 0,02% do total de emissões de GEE (Tabela 1).
No subsetor de solos manejados, os maiores valores são observados na deposição de dejetos em pastagens, com destaque para a maior contribuição do rebanho de gado de corte seguido pelo gado de leite (Tabela 2). As dejeções de bovinos mantidas em pastagens são responsá-veis por 39,4% das emissões antrópicas de óxido nitroso no Brasil (Oliveira et al., 2011), sendo que as perdas de N pela urina são maiores do que pelas fezes (Ferreira et al., 2004; Sordi et al., 2014).
A aplicação de resíduos orgânicos, deposição atmosférica e lixiviação também são fontes de emissão observados na pecuária (Brasil, 2020). A avicultura apesar de sua grande importância na economia catarinense, representa cerca de 2,72% das estimativas de emissões catarinenses (Tabela 2).
Na Figura 1 está representada a distribuição das emissões de GEE na pecuária nos municípios catarinenses, onde se observa menores valores para a faixa litorânea e maiores valores para as regiões oeste e meio oeste.
Estas maiores emissões de GEE na regiões oeste, meio oeste, serrana e sul do estado de Santa Catarina são devidas as maiores criações e produções dos rebanhos bovinos, suinos e aves existentes nessas localidades. Os menores valores para o setor agropecuário estão relacionados com os municípios litorâneos, por exemplo, Balneário Camboriú, SC, onde a produção de animais é inexpressiva.
Tabela 2
Emissões de CO2e (t) do setor pecuário para o estado de SC com base no ano de 2018 por categorias animais
Rebanho animal | Fermen- tação entérica | Manejo de dejetos animais | Solos manejados | Total | ||||
Direta | Indireta | Aplicação dos resíduos orgânicos | Deposição dos dejetos em pastagem | Deposição Atmosférica | Lixiviação | |||
Asininos | 332 | 30 | - | - | 108 | 22 | 25 | 517 |
Aves | - | 99.118 | 83.370 | 94.090 | - | 18.818 | 22.138 | 317.534 |
Bubalinos | 16.595 | 302 | - | - | 3.983 | 398 | 470 | 21.748 |
Caprinos | 4.672 | 159 | - | - | 1.598 | 320 | 377 | 7.126 |
Equinos | 53.146 | 4.842 | - | - | 17.547 | 3.509 | 4.138 | 83.182 |
Gado de Corte | 5.242.097 | 111.104 | 4.148 | 4.787 | 626.961 | 84.552 | 99.695 | 6.173.344 |
Gado de Leite | 2.017.881 | 323.823 | 34.423 | 54.075 | 261.603 | 45.695 | 53.851 | 2.791.351 |
Muares | 477 | 43 | - | - | 155 | 31 | 37 | 743 |
Ovinos | 37.328 | 1.120 | - | - | 6.697 | 1.339 | 1.579 | 48.063 |
Suínos | 223.239 | 1.649.837 | 118.906 | 149.099 | 10.678 | 30.888 | 36.340 | 2.218.987 |
Total | 7.595.767 | 2.190.378 | 240.847 | 302.051 | 929.330 | 185.572 | 218.650 | 11.662.595 |
Fonte: Elaborado pelos autores baseados em SEEG (2021).
Figura 1. Mapa da estimativa das emissões de CO2e do setor pecuário por município do estado de Santa Catarina.
Fonte: Elaborado pelos autores baseado em SEEG (2021).
O ranking dos municípios catarinenses com maiores estimativas de emissão de CO2e (t) do setor pecuário são apresentados na Tabela 3. O município de Concórdia apresenta-se como maior emissor catarinense com um total de 292.927 t de CO2e, seguido pelos municípios de Braço do Norte, Palmitos, Seara, Campos Novos, Itapiranga, Lages, Videira, Água Doce e Guaraciaba. Na fermentação entérica em bovinos de corte, os maiores valores são observados no município de Lages e corresponde a 75% das emissões do município. Para o rebanho de gado de leite, os maiores valores são observados em Concórdia seguido de Braço do Norte. Apesar do processo de fermentação entérica ser reduzida nos suínos, a atividade representa cerca de 5% das emissões do município de Videira, Seara e Braço do Norte (Tabela 3).
Em relação ao manejo dos dejetos animais, os maiores valores foram observados no município de Concórdia com a suinocultura, com valores elevados também nos municípios de Braço do Norte, Videira e Seara (Tabela 4).
Nos solos manejados, Concórdia apresentou valores elevados tanto para o gado de corte, como de leite e suínos. Porém, individualmente Lages apresentou os maiores valores para o gado de corte (Tabela 4). Nos municípios que tem grandes produções de animais, grande parte dos dejetos gerados são usados como fonte de nutrientes para as culturas (solos manejados) ou para pastagem (Tabela 2), e isso proporciona alta emissão de GEE, com destaque para Concórdia (Tabela 3 e 4).
Agricultura
Os valores avaliados da agricultura são bem menores quando comparados aos da pecuária, com destaque para o subsetor de solos manejados em que a aplicação de fertilizantes sintéticos, como ureia e calcário são responsáveis por 44% das emissões do setor da agricultura (Tabela 5), assim como o cultivo do arroz que possui papel significativo nos municípios em que ocorre a produção de arroz irrigado e a emissão do metano.
Tabela 3
Ranking dos municípios catarinenses com maiores estimativas de emissão de CO2e (t) do setor pecuário para o ano de 2018 e valores de emissão por fermentação entérica para gado de corte e de leite e suínos
Posição | Municípios maiores emissores de CO2e (t) na pecuária de SC | Fermentação entérica | ||||||
Gado de corte | Gado de leite | Suínos | ||||||
Município | Valor | Valor | % | Valor | % | Valor | % | |
1 | Concórdia | 292.927 | 83.493 | 28,50 | 51.958 | 17,74 | 11.412 | 3,90 |
2 | Braço do Norte | 188.027 | 47.970 | 25,51 | 47.970 | 25,51 | 8.484 | 4,51 |
3 | Palmitos | 166.847 | 66.555 | 39,89 | 32.527 | 19,50 | 3.867 | 2,32 |
4 | Seara | 153.587 | 34.068 | 22,18 | 25.760 | 16,77 | 7.202 | 4,69 |
5 | Campos Novos | 153.082 | 74.083 | 48,39 | 17.388 | 11,36 | 3.518 | 2,30 |
6 | Itapiranga | 152.651 | 42.519 | 27,85 | 35.600 | 23,32 | 4.825 | 3,16 |
7 | Lages | 149.545 | 111.863 | 74,80 | 7.599 | 5,08 | 65 | 0,04 |
8 | Videira | 146.653 | 34.605 | 23,60 | 11.540 | 7,87 | 8.120 | 5,54 |
9 | Água Doce | 142.920 | 70.030 | 49,00 | 19.320 | 13,52 | 2.733 | 1,91 |
10 | Guaraciaba | 131.905 | 51.094 | 38,74 | 35.518 | 26,93 | 2.017 | 1,53 |
Fonte: Elaborado pelos autores baseado em SEEG (2021).
Tabela 4
Ranking dos municípios catarinenses com maiores estimativas de emissão de CO2e (t) do setor pecuário para o ano de 2018, para o manejo de dejetos animais e solos manejados para as categorias de gado de corte e de leite, suínos e aves
Posição | Municípios maiores emissores de CO2e (t) na pecuária de SC | Manejo de dejetos animais | Solos manejados | ||||||
Gado de corte | Gado de leite | Suínos | Aves | Gado de corte | Gado de leite | Suínos | Aves | ||
1 | Concórdia | 1.785 | 9.224 | 91.163 | 4.398 | 13.059 | 10.692 | 10.772 | 3.267 |
2 | Braço do Norte | 1.018 | 5.842 | 67.018 | 636 | 7.513 | 6.772 | 8.852 | 471 |
3 | Palmitos | 1.446 | 5.775 | 30.404 | 2.493 | 10.382 | 6.693 | 4.193 | 1.855 |
4 | Seara | 717 | 4.573 | 56.881 | 2.800 | 5.343 | 5.301 | 7.528 | 2.082 |
5 | Campos Novos | 1.657 | 3.087 | 27.128 | 2.679 | 11.497 | 3.578 | 4.412 | 1.989 |
6 | Itapiranga | 885 | 6.320 | 38.633 | 2.926 | 6.680 | 7.326 | 4.455 | 2.173 |
7 | Lages | 2.550 | 1.349 | 503 | 115 | 17.301 | 1.564 | 78 | 85 |
8 | Videira | 765 | 2.049 | 64.051 | 4.650 | 5.381 | 2.375 | 8.575 | 3.455 |
9 | Água Doce | 1.559 | 3.430 | 21.730 | 2.268 | 10.877 | 3.976 | 2.692 | 1.688 |
10 | Guaraciaba | 1.083 | 6.306 | 15.749 | 1.112 | 8.004 | 7.309 | 2.311 | 827 |
Fonte: Elaborado pelos autores baseado em SEEG (2021).
As culturas relacionadas com a maior emissão por resíduos agrícolas estão a soja e o milho. São observados valores relacionados a emissões indiretas como a deposição atmosférica por meio dos fertilizantes químicos, através de processos como a volatilização e pela lixiviação (Tabela 5).
Tabela 5
Emissões de CO2e (t) do setor da agricultura para o estado de SC com base no ano de 2018 em t CO2e
Subsetor | Valor |
Cultivo de Arroz | 445.678 |
Queima de Resíduos Agrícolas | 2.472 |
Solos Manejados | 1.589.364 |
Fertilizantes Sintéticos | 451.333 |
Outros | 438.621 |
Aplicação de Ureia | 121.178 |
Uso de Calcário | 317.444 |
Resíduos Agrícolas | 441.095 |
Arroz | 49.736 |
Cana-de-açúcar | 958 |
Feijão | 13.611 |
Mandioca | 3.850 |
Milho | 137.922 |
Outras culturas | 50.790 |
Soja | 178.348 |
Trigo | 5.879 |
Deposição Atmosférica | 115.668 |
Fertilizantes Sintéticos | 115.668 |
Lixiviação | 142.647 |
Fertilizantes Sintéticos | 42.525 |
Arroz | 11.291 |
Cana-de-açúcar | 217 |
Feijão | 3.090 |
Mandioca | 874 |
Milho | 31.311 |
Outras culturas | 11.514 |
Soja | 40.489 |
Trigo | 1.335 |
Total geral | 2.037.514 |
Fonte: SEEG (2021).
Uso da terra e florestas
Os resultados mostram que houve uma grande redução nas estimativas de emissão de GEE no estado de Santa Catarina relacionada a mudança de uso da terra e florestas do ano de 2017 para o ano 2018, passando de 3.735.760 para 132.789 t CO2e (Tabela 6). Os principais responsáveis por essa redução estão a diminuição do desmatamento em áreas não protegidas, especialmente na conversão de floresta primária em uso agropecuário e silvicultura (Tabela 6).
Mesmo com o código florestal vigente, ainda se observa o desmatamento no estado, inclusive em área protegidas. O somatório das remoções por mudanças no uso das terras, vegetação secundaria e áreas protegidas observadas entre os períodos avaliados demonstram um certo equilíbrio nas taxas, com pequeno incremento no ano de 2018 passando de -6.438.355 para -6.455.822 t CO2e (Tabela 6).
As emissões de metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) resultante da queima de resíduos florestais, associados ao carbono emitido pela queima de lenha e madeira extraída, bem como ao carbono vegetal produzido, também tiveram uma redução nas emissões no comparativo dos anos, passando de 540.323 em 2017 para 426.917 t CO2e em 2018 (Tabela 6).
Na Figura 2 é apresentado o mapa do estado de Santa Catarina com as estimativas para os municípios de Santa Catarina relacionadas as emissões e remoções da mudança de uso da terra e florestas, o que demonstra um grande número de municípios que no balanço total conseguiram maior remoção em relação as emissões de GEE.
Figura 2. Mapa da estimativa das emissões de CO2e relacionado ao uso da terra e florestas por município do estado de Santa Catarina. Fonte: Elaborado pelos autores baseado em SEEG (2021).
Tabela 6
Estimativas de emissões/remoções de GEE em t CO2e para o estado de Santa Catarina nos anos de 2017 e 2018 relacionada as mudanças de uso da terra e florestas
Categorias de emissões/remoções de GEE | 2017 | 2018 |
t CO2e | ||
Alterações de Uso do Solo | 9.633.792 | 6.161.694 |
Em Área Protegida | 175.297 | 112.150 |
Desmatamento | 168.075 | 108.129 |
Floresta primária -- Área sem vegetação | 77 | 2.027 |
Floresta primária -- Silvicultura | 44.120 | 522 |
Floresta primária -- Uso agropecuário | 96.624 | 79.173 |
Floresta secundária -- Área sem vegetação | 132 | 1.937 |
Floresta secundária -- Silvicultura | 3.826 | 159 |
Floresta secundária -- Uso agropecuário | 22.743 | 24.117 |
Vegetação não florestal primária -- Silvicultura | 144 | 134 |
Vegetação não florestal primária -- Uso agropecuário | 406 | 58 |
Vegetação não florestal secundária -- Uso agropecuário | 3 | 2 |
Outras Mudanças de uso da terra | 7.222 | 4.021 |
Fora de Área Protegida | 9.458.495 | 6.049.544 |
Desmatamento | 8.548.030 | 5.534.661 |
Floresta primária -- Área sem vegetação | 53.508 | 347.141 |
Floresta primária -- Silvicultura | 1.392.307 | 58.620 |
Floresta primária -- Uso agropecuário | 5.664.337 | 4.202.253 |
Floresta secundária -- Área sem vegetação | 5.337 | 18.205 |
Floresta secundária -- Silvicultura | 204.930 | 15.955 |
Floresta secundária -- Uso agropecuário | 1.084.576 | 763.842 |
Vegetação não florestal primária -- Área sem vegetação | 1.152 | 3.306 |
Vegetação não florestal primária -- Silvicultura | 15.909 | 1.278 |
Vegetação não florestal primária -- Uso agropecuário | 124.266 | 122.857 |
Vegetação não florestal secundária -- Área sem vegetação | 59 | 136 |
Vegetação não florestal secundária -- Uso agropecuário | 1.649 | 1.068 |
Outras Mudanças de uso da terra | 910.465 | 514.883 |
Resíduos Florestais | 540.323 | 426.917 |
Remoção por Mudança de Uso da Terra | -108.953 | -79.678 |
Remoção por Vegetação Secundária | -5.913.045 | -5.958.664 |
Remoção em Áreas Protegidas | -416.357 | -417.480 |
Total Geral | 3.735.760 | 132.789 |
Fonte: Elaborado pelos autores baseado em SEEG (2021).
Quando se analisa apenas os dados da emissão de CO2e relacionados as mudanças de uso da terra, no ranking dos 10 municípios catarinenses que apresentam maiores valores (Tabela 7), a maioria encontra-se na mesorregião norte do estado, são eles: Rio Negrinho, Itaiópolis, São Francisco do Sul, Mafra, Araquari, Santa Terezinha, Papanduva e Joinville. Além deles completam a lista Santa Cecília e São José do Cerrito, localizados na mesorregião serrana.
Em contrapartida quando se analisa apenas os municípios que apresentam as maiores remoções de GEE, existe uma maior distribuição entre as mesorregiões do estado, com maiores valores observados no município de Santa Cecilia, devido a extensa área de vegetação de floresta secundária presente no município.
Quando se avalia o balanço com a diferença obtida entre a emissão/remoção nos municípios, novamente entre os 10 municípios que apresentaram os maiores valores de emissão (Tabela 8), a maior parte deles se localizam na mesorregião norte do estado, Rio Negrinho, São Francisco do Sul, Itaiópolis, Araquari, Santa Terezinha, Papanduva e Barra Velha, além de Lages e São José do Cerrito localizados na mesorregião serrana e Massaranduba no Vale do Itajaí. Já os 10 municípios catarinenses que apresentaram no balanço total as maiores remoções municipais está o município de Chapecó, seguido de Paulo Lopes, Seara, Canoinhas e Urubici (Tabela 8).
De maneira geral, uma parte significativa dos GEE produzidos com o manejo das terras para fins de produção de alimentos vem da pecuária. E um balanço mais preciso dessas emissões de GEE deve incluir a avaliação do carbono estocado em diferentes sistemas de sistemas de uso das terras para produção de fibras e grãos (Seó et al., 2017). Em Santa Catarina, dentre os sistemas de produção de grãos, destaca-se o sistema plantio direto (SPD), o qual têm elevada capacidade de aumentar e armazenar o carbono orgânico do solo (COS). E também se destaca em SC o sistema de manejo da pastagem conhecido como pastoreio racional voisin (PRV), o qual permite também o acúmulo de COS através do sistema radicular das forrageiras (Seó et al., 2017; Battisti et al., 2018).
Tabela 7
Ranking dos municípios catarinenses como maiores emissões e remoções de GEE em t CO2e para o ano de 2018 relacionada as mudanças de uso da terra e florestas
Posição | Municípios com maiores emissões de CO2e (t) |
| Municípios com maiores remoções de CO2e (t) | ||
Município | Valor |
| Município | Valor | |
1 | Rio Negrinho | 151.687 |
| Santa Cecília | -108.829 |
2 | Itaiópolis | 138.007 |
| Porto União | -94.421 |
3 | São Francisco do Sul | 126.443 |
| Concórdia | -88.254 |
4 | Mafra | 119.302 |
| Caçador | -87.186 |
5 | Araquari | 116.250 |
| Joinville | -83.963 |
6 | Santa Terezinha | 105.728 |
| Lebon Regis | -82.941 |
7 | Santa Cecília | 101.164 |
| Bom Retiro | -78.437 |
8 | Papanduva | 100.988 |
| Canoinhas | -76.474 |
9 | Joinville | 94.904 |
| Água Doce | -72.059 |
10 | São José do Cerrito | 92.159 |
| Mafra | -71.155 |
Fonte: Elaborado pelos autores baseado em SEEG (2021).
Tabela 8
Ranking dos municípios catarinenses como maiores e menores balanços entre emissões/remoções de GEE em t CO2e para o ano de 2018 relacionada as mudanças de uso da terra e florestas
Posição | Municípios maiores emissores de CO2e (t) |
| Municípios menores emissores de CO2e (t) | ||
Município | Valor |
| Município | Valor | |
1 | São Francisco do Sul | 103.503 |
| Chapecó | -33.097 |
2 | Rio Negrinho | 91.883 |
| Paulo Lopes | -32.345 |
3 | Itaiópolis | 78.674 |
| Seara | -30.356 |
4 | Araquari | 77.282 |
| Canoinhas | -27.400 |
5 | Santa Terezinha | 66.714 |
| Urubici | -27.133 |
6 | Lages | 61.925 |
| Dionísio Cerqueira | -26.413 |
7 | São José do Cerrito | 57.462 |
| Curitibanos | -25.258 |
8 | Massaranduba | 56.510 |
| Taió | -24.940 |
9 | Papanduva | 55.644 |
| Vitor Meireles | -24.645 |
10 | Barra Velha | 54.803 |
| Bom Jardim da Serra | -23.393 |
Fonte: Elaborado pelos autores baseado em SEEG (2021).
Em estudo desenvolvido em fazendas leiteiras do meio oeste de SC, com o objetivo de avaliar os estoques de COS em pastagem manejada em PRV e comparar esses estoques com áreas manejadas em SPD, Seó et al. (2017) coletaram amostras de solo (0-40 cm), assim como de parte área e sistema radicular para avaliação e comparação em duas safras durante um período de 1 ano, sendo isso apenas no PRV. Os autores também estimaram a eficiência da produção de leite a base de pasto no PRV e a base de grãos no SPD. Os resultados de Seó et al. (2017) indicaram que o PRV tem maior capacidade de estocar COS que o SPD, sendo observados valores de 115,0 Mg C ha−1 no PRV e 92,5 Mg C ha-1 no SPD, com maiores diferenças na camada superficial do solo (0-10 cm), sendo de 41 Mg C há-1 no PRV e 32 Mg C ha-1 no SPD. Em relação a compartimentalização do carbono, Seó et al. (2017) verificaram que no PRV, 95% do C estava no solo, 1% na parte aérea das plantas e 4% nas raízes. Na pastagem foram produzidos 0,15 kg de leite por kg de C estocado, enquanto no SPD, 0,13 kg de leite por kg de C estocado. Dessa forma, conforme o estudo de Seó et al. (2017) demonstrou, o solo manejado em PRV tem maior potencial de estocar C em comparação ao solo no SPD, além de isso refletir em maior produção de leite. Esse estudo evidencia que as comparações de GEE que envolve, principalmente a pecuária, devem realizar a quantificação dos diferentes compartimentos do carbono e comparar com os diferentes sistemas de uso do solo.
4. Conclusões
Os dados sobre emissões das atividades agropecuárias permitem identificar os subsetores que apresentam as maiores emissões, contri-buindo desta forma para um direcionamento na elaboração de políticas públicas orientadas para a mitigação da emissão desses gases.
Devido à complexidade e diversidade de condi-ções particulares em sistemas agropecuários, um volume maior de estudos é necessário para melhor compreensão da dinâmica de emissões e remoções de GEE nas diferentes atividades, bem como as complexas interações observadas entre estas.
A pecuária contribui com 21,3% das emissões de GEE do estado, representando um total de 66,3% das emissões do setor agropecuário. É, portanto, fundamental que ocorra substancial melhoria na eficiência de produção de carne, com produção baseada em boas práticas pecuárias, contribuindo para a diminuição das emissões do setor.
A mudança de uso da terra contribui para a emissão de GEE no estado de Santa Catarina especialmente na conversão de floresta primária em uso agropecuário e silvicultura, tendo o setor sido responsável por 14,3% das emissões brutas do estado no ano de 2018, e contribuído positivamente para o balanço, emitindo mais CO2 do que absorvendo quando considerado o balanço. O setor tem potencial de tornar-se uma fonte significativa de remoções de CO2, uma vez que apresenta hoje valores de emissão e remoção de ordem de grandeza compatíveis, entretanto, necessita de planejamento e incentivos nesse sentido para que se materialize, através de iniciativas voltadas à recuperação de áreas degradadas e reflorestamento.
Referências bibliográficas
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